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•
Quando se escolhe uma válvula para um determinado
doente, deverá considerar-se o tamanho, idade e condição
física do doente em relação ao tamanho da prótese, para
minimizar a possibilidade de se obter um resultado
hemodinâmico inferior ao ideal. Todavia, a selecção de uma
válvula deve ser feita, em última instância, pelo médico, com
base numa análise caso a caso e depois de cuidadosamente
ponderados todos os riscos e benefícios para o doente.
•
Devido à relativa flexibilidade da estrutura,
dever-se-á ter
cuidado para evitar dobrar ou deformar o stent
, o que
poderia dar origem a regurgitação, hemodinâmica alterada
e/ou ruptura dos folhetos, tornando a válvula incompetente.
Assim, dever-se-á também evitar a utilização de uma
prótese demasiado grande.
•
Dever-se-á fazer corresponder cuidadosamente o espaçamento
das suturas no fragmento do orifício valvular com o anel de
sutura da prótese, para evitar a dobragem dos folhetos ou
distorção do orifício. A Edwards Lifesciences recebeu alguns
relatórios nos quais a utilização de suturas de colchoeiro
individuais, com uma distância entre 10 e 15 mm, produziu
um efeito de sutura em bolsa, causando a compressão do
orifício da válvula.
•
Quando se utilizarem suturas de pontos separados, é
importante cortar as suturas perto dos nós e garantir que as
pontas das suturas expostas não entrarão em contacto com
o tecido dos folhetos. Foram comunicados casos nos quais
as próteses biológicas desenvolveram uma regurgitação
grave e tiveram que ser substituídas em consequência do
desgaste resultante do contacto com as suturas (Ref. 2).
•
Ao contrário do que se verifica nas válvulas mecânicas
rígidas, a parede do stent é mole e não resistirá à penetração
de agulhas. Assim sendo, dever-se-á ter extremo cuidado ao
colocar suturas através da margem de sutura, para evitar a
penetração da parede lateral do stent e a possível laceração
do tecido do folheto.
•
À semelhança do que se verifica com todas as próteses que
possuem armações abertas, escoras livres ou suportes da
comissura, dever-se-á ter cuidado para evitar enrolar ou
prender uma sutura em redor da comissura, o que iria
interferir com o correcto funcionamento da válvula.
•
O stent da prótese biológica aórtica é simétrico e os suportes
da comissura (escoras) estão espaçados a intervalos
idênticos entre si. As escoras deverão corresponder aos
fragmentos das comissuras naturais, de forma a não obstruir
os orifícios coronários.
•
No anel de sutura de cada válvula encontra-se suturada uma
etiqueta com o número de série. Este número de série deverá
ser comparado com o número presente no frasco e no cartão
de dados de implantação; caso se verifique alguma diferença,
a válvula deverá ser devolvida sem ser utilizada. Esta etiqueta
não deverá ser separada da válvula até imediatamente antes da
implantação. Dever-se-á ter cuidado para evitar cortar ou
rasgar o tecido do anel de sutura durante a remoção.
•
É necessário manipular com cautela todo e qualquer
dispositivo a implantar. Se a válvula for deixada cair, estiver
danificada ou for indevidamente manipulada, não deverá ser
utilizada para implantação no ser humano.
•
Com base nos relatórios presentes na literatura sobre
válvulas tecidulares (Refs. 3, 18, 23, 26, 48, 49, e 54),
parece existir um aumento na incidência de calcificação dos
folhetos em doentes com idade inferior a 20 anos. Quando
possível, dever-se-á evitar a administração de injecções
intravenosas repetidas contendo cálcio durante os períodos
pós-operatórios e, na criança, dever-se-á evitar o consumo
excessivo de leite ou produtos lácteos. Estudos efectuados
em animais (Ref. 11) demonstram que um nível sistémico
de cálcio elevado pode induzir calcificação precoce.
6. Reacções Adversas
6.1 Reacções Adversas Observadas
À semelhança do que se verifica com todas as próteses valvulares
cardíacas, algumas reacções adversas graves, por vezes mesmo
letais, podem estar associadas à utilização de válvulas tecidulares.
Além disso, podem ocorrer, a intervalos variáveis (horas ou dias),
reacções adversas devidas à reacção individual do doente a um
dispositivo implantado ou a alterações químicas e físicas nos
componentes, particularmente os de origem biológica, exigindo
uma nova operação ou a substituição da prótese.
As reacções adversas associadas à utilização das próteses
biológicas pericárdicas PERIMOUNT da Carpentier-Edwards,
compiladas a partir da literatura e de relatórios recebidos
através do sistema de monitorização dos produtos, em
conformidade com as regulamentações vigentes nos Estados
Unidos (regulamentações federais) que estabelecem as Boas
Práticas de Fabrico, secção 820.198, incluem: estenose,
regurgitação através de uma válvula incompetente, fuga
perivalvular, endocardite, hemólise, tromboembolismo,
obstrução de origem trombótica, diáteses hemorrágicas
relacionadas com a administração de terapêutica anti-
coagulante e falhas da válvula por distorção no implante,
fractura dos cabos de Elgiloy ou deterioração física ou química
dos componentes da válvula. Entre os tipos de deterioração
tecidular incluem-se: infecção, calcificação, espessamento,
perfuração, degeneração, abrasão da sutura, traumatismo por
instrumento, e separação dos folhetos em relação aos pilares
do stent valvular. Estas complicações podem apresentar-se
clinicamente sob a forma de um sopro cardíaco anómalo, falta
de ar, intolerância ao exercício, dispneia, ortopneia, anemia,
febre, arritmia, hemorragia, acidente isquémico transitório,
acidente vascular cerebral, paralisia, débito cardíaco baixo,
edema pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva,
insuficiência cardíaca e enfarte do miocárdio.
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